O Presidente Daniel Chapo fez questão de mostrar o compromisso com sua função ao apresentar, ontem, um balanço dos seus primeiros 100 dias de governação. Ele aproveitou para abordar, de forma franca e incisiva, a crítica situação da companhia aérea nacional, frequentemente referida de forma irônica como a “LAMentável”.
Na sua intervenção, Chapo não hesitou em pintar um quadro claro sobre os desafios que a companhia enfrenta, mencionando os cartéis e os oportunistas que contribuem para o caos. Ele utilizou a metáfora dos “lobos e raposas” que guardam galinhas, numa tentativa de descrever as forças internas minando a eficiência da empresa.
Em seu discurso, não se tratou apenas de expor problemas. Segundo o portal Carta de Moçambique, a reestruturação da companhia aérea é vista como uma pedra angular para a sua administração, potencialmente recuperando a capacidade do Estado de operar em qualquer parte de Moçambique.
Apesar dos esforços anunciados, a realidade presente mostra que, sob a direção das pessoas indicadas pelo próprio presidente, a companhia continua a enfrentar dificuldades. Um exemplo citado é a bizarra situação de transportar cargas por meios terrestres, algo único para uma companhia aérea.
No contexto político, a cena é ainda mais desafiadora. No panorama complexo da sua candidatura à presidência em 2024, Chapo é como uma “galinha” cercada por “raposas” vorazes. Ele enfrenta a necessidade de limpar o ambiente dos predadores que drenam os recursos públicos, uma tarefa essencial para devolver transparência e responsabilidade ao seu governo.
Rumores apontam que encontros às escondidas entre os ditos “lobos” e suas raposas continuam a ocorrer. Em um cenário onde aviões são esperados, mas nunca chegam, a figura de Chapo torna-se solitária, lutando contra adversidades internas e externas.
O presidente parece estar ciente dos desafios e sabe que não basta simplesmente expor a corrupção e ineficiência. Ele precisa de medidas concretas, como a remoção e responsabilização dos envolvidos, uma tarefa colossal em que a transparência e a justiça devem prevalecer.
Com essa nova postura, resta saber se o presidente e sua administração terão a força necessária para cruzar essa rua cheia de perigos, levando a reformulação da “LAMentável” de volta aos trilhos e garantindo um futuro mais promissor para o país.
