Brice Oligui Nguema, que emergiu na cena política do Gabão como líder de um golpe militar que pôs fim ao extenso domínio da família Bongo, foi oficialmente empossado como presidente do país. Após vencer as eleições realizadas no mês passado com quase 95% de aprovação popular, o antigo general e ex-chefe do governo militar que derrubou Ali Bongo em agosto de 2023 assumiu formalmente a liderança do Gabão, após um período de transição que durou 19 meses.
A cerimónia de tomada de posse ocorreu no Estádio Angondje, no norte da capital Libreville, e contou com a presença de cerca de 40 mil simpatizantes, bem como de mais de 20 chefes de estado africanos. Entre as figuras presentes destacaram-se Adama Barrow da Gâmbia, Bassirou Diomaye Faye do Senegal, Ismail Omar Guelleh do Djibuti, e Teodoro Obiang Nguema Mbasogo da Guiné Equatorial. A agência de notícias AFP, citada pela Al Jazeera, noticiou que Felix Tshisekedi, Presidente da República Democrática do Congo, também esteve presente na cerimónia.
O evento provocou congestionamento nas ruas de Libreville, que foram tomadas por milhares de pessoas ansiosas por assistirem às festividades, que incluíram espetáculos culturais e um desfile militar planeado ao longo da orla à noite, segundo a comunicação social estatal.
Agora no comando, Oligui depara-se com desafios significativos para orientar a nação rica em petróleo. Entre as suas prioridades estão a reestruturação das infraestruturas essenciais e a diversificação económica num contexto de endividamento preocupante. Prometendo distanciar-se das políticas dinásticas que até agora dominaram o Gabão, Oligui, ex-dirigente da elite Guarda Republicana, comprometeu-se a devolver às pessoas a dignidade outrora perdida. “Segundo o portal opais”, na sua primeira entrevista internacional após a eleição, concedida à Al Jazeera, Oligui expressou a sua determinação em restaurar a dignidade do povo gabonês.