**Cento e Trinta Vidas Perdidas em Conflitos com Fauna Bravia na Província de Sofala**
Na província de Sofala, Moçambique, o embate entre a população humana e a fauna bravia tem acarretado consequências trágicas, resultando na morte de 130 pessoas ao longo dos últimos quatro anos. Além disso, 134 indivíduos foram feridos, conforme divulgado por autoridades locais. Este cenário preocupante tem ocorrido em diversas comunidades que circundam as áreas de conservação.
Segundo informações da Secretaria do Estado, representada por Cecília Chamutota, a expansão desordenada das áreas habitacionais e agrícolas nas regiões limítrofes das reservas naturais tem exacerbado esses conflitos. “A busca por novos espaços de moradia e cultivo tem impulsionado a frequência dos encontros fatais entre humanos e animais selvagens, como elefantes, búfalos, hipopótamos e crocodilos”, explicou Chamutota.
A secretária destacou a preocupante tendência de assentamentos surgirem desorganizadamente em áreas onde a presença de fauna é predominante, situação que coloca em risco não apenas vidas humanas, mas também a própria biodiversidade. “A população frequentemente se instala nos corredores de fauna, aumentando a probabilidade de conflitos que comprometem a segurança alimentar e os meios de subsistência das comunidades envolvidas”, afirmou.
Conforme apontado pelo Canalmoz, os incidentes mais sérios ocorreram em sete distritos de Sofala: Marromeu, Chemba, Nhamatanda, Chibabava, Muanza, Caia e Búzi. A convivência próxima e muitas vezes inevitável com os animais, potencializada pelo crescimento humano não planejado, continua a ser uma preocupação central para as autoridades provinciais e para os habitantes da região.
É imperativo, segundo Chamutota, que se busquem soluções que harmonizem a coexistência entre homens e fauna, assegurando não apenas a proteção das vidas humanas, mas também a preservação das espécies que habitam estas importantes áreas de conservação.