A situação dos vendedores junto ao mercado de Inhamizua, na cidade da Beira, mantém-se numa encruzilhada jurídica, aguardando uma resolução do tribunal judicial da província de Sofala. Este impasse surgiu após os vendedores apresentarem um processo contra o município da Beira, recusando-se, assim, a abandonar as áreas que ocupam na berma da Estrada Nacional Número Seis (EN6). Esta medida insurgente gera uma perda significativa de receita para a edilidade, que deixa de arrecadar cerca de 150 mil meticais por mês, devido ao não pagamento das taxas municipais.
No início de 2023, o município tomou a iniciativa de construir um novo mercado, localizado a menos de um quilómetro do antigo, com a intenção de proporcionar um lugar seguro e adequado para as actividades dos vendedores, ao mesmo tempo que procurava evitar acidentes na movimentada artéria onde estes comerciavam. Este novo espaço foi finalmente concluído no final do mesmo ano, e a edilidade apelou aos vendedores para que se deslocassem para lá.
Porém, a adesão foi efémera: passado pouco tempo, a maioria dos vendedores decidiu regressar às suas antigas bancas junto à estrada, reassumindo práticas que afectam o trânsito e colocam em risco as suas vidas. A ocupação chega ao ponto de interromper uma das duas faixas de rodagem, acarretando sérios perigos tanto para os próprios vendedores como para os utentes da via. Segundo o portal opais, essa ocupação tem resultado, até à data, em mais de dez acidentes e já custou a vida a seis pessoas.
Embora o novo mercado tenha sido projetado como a solução para os riscos associados à venda na berma, a relutância dos vendedores em aceitá-lo reacendeu o ciclo de perigo. A esperança está agora depositada na decisão judicial que se aguarda, e que poderá ditar o futuro destes comerciantes e a segurança de todos os que utilizam aquela estrada.
